Existem algumas regras para se viver. A mais básica é a do Ciclo da Vida, onde seguimos a sequência pré-determinada do "nascer > crescer > reproduzir > envelhecer > morrer". Temos à nossa volta diversas leis universais, ordens naturais, diretrizes sociais e uma série de obrigações que devem ser seguidas independentemente de questionamentos que possamos fazer.
Particularmente sou uma pessoa bastante ordeira, gosto de ter o controle das minhas ações e do ambiente que me cerca. Mesmo tendo consciência de que nunca serei absoluto sobre nenhum deles, é tranquilizante sentir prepotentemente que os imprevistos serão raros e geralmente minimizados. Por óbvio, tenho também meus momentos íntimos de loucura e fuga do concreto.
No entanto, assim como o dia não existe sem a noite, ou o bem sem o mal, não existe ordem sem caos. Mesmo com todas as leis e regras, a humanidade convive com o caos diário, ainda que tenha o péssimo hábito de exagerar qualquer situação menos linear classificando-a como "completo caos".
Algumas pessoas simplesmente abraçaram a desordem e levam suas vidas sem nenhum tipo de planejamento senão o de não ter planos. Apesar dos ordeiros não conseguirem ver esse estilo de vida como algo vantajoso, paradoxalmente, vez ou outra sentem uma certa inveja da liberdade que o caos traz.
Apenas aqueles que experimentam a adrenalina do proibido, a alegria da ausência das correntes, a leveza do permitir e o delicioso gosto do prazer inusitado, sabem como essa dança espiral é envolvente e viciante. Mas não se engane pensando que tudo são flores, pois uma vida onde a dança não pára certamente não durará muito.
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