segunda-feira, 18 de setembro de 2017

ENTÃO, O QUE FALTA?

Faz tempo que não passo por aqui. Faz tempo que não escrevo. 
Falta vontade? Não. Então, o que falta?

Essa é uma pergunta que me faço com frequência: "então, o que falta?"... Ao mesmo tempo que me respondo "pouco", respondo "muito". Pois sei que tenho mais que muitos, mas também sinto que me falta muito mais.

Não queria escrever um texto melancólico com um toque de autopiedade, como se fosse um pedinte carente por atenção ou compreensão ou aceitação alheia. Mas, por outro lado, me sinto tão vazio que preciso colocar em palavras toda essa frustração.

Me sinto num momento de "pausa", suspenso nas minhas próprias inseguranças e cobranças. Tenho medo de falhar. Pior: falhar comigo mesmo.

Confesso que estou escrevendo esse texto com palavras que saem sem serem pensadas. Qualquer poesia que possa existir nelas se faz por sorte e o significado talvez fique incompleto.

Então, o que falta?
Encontrar o modo certo de continuar...

Made of Steel

sexta-feira, 5 de maio de 2017

SOBRE NUVENS QUE PINTAM E SORRISOS QUE DIZEM

Era um texto sem falas... pelo menos nas bocas dos protagonistas. As sílabas eram ditas com olhares, respirações, meios-sorrisos, carícias e caretas. Os coadjuvantes diziam coisas, mas suas palavras saíam em forma de nuvens coloridas, flutuando pelo espaço e pintando tudo ao redor.

A mensagem que o texto transmitia? Apenas o dono daquele singelo sonho sabia, ainda que uma letra sequer tenha surgido em momento algum. 

No nosso mundo individual, certas coisas são absolutamente descartáveis quando nos tornamos oniscientes. Mas mesmo nossa onisciência falha quando o onírico encontra a sombra do desconhecido. Nos tornamos espectadores.

Então percebemos que, mesmo sem nunca desvendarmos totalmente o misterioso sorriso da Monalisa, ainda podemos nos deleitar com a beleza da obra... e ver florescer nosso próprio sorriso de prazer enigmático.

Made of Steel