Era um texto sem falas... pelo menos nas bocas dos protagonistas. As sílabas eram ditas com olhares, respirações, meios-sorrisos, carícias e caretas. Os coadjuvantes diziam coisas, mas suas palavras saíam em forma de nuvens coloridas, flutuando pelo espaço e pintando tudo ao redor.
A mensagem que o texto transmitia? Apenas o dono daquele singelo sonho sabia, ainda que uma letra sequer tenha surgido em momento algum.
No nosso mundo individual, certas coisas são absolutamente descartáveis quando nos tornamos oniscientes. Mas mesmo nossa onisciência falha quando o onírico encontra a sombra do desconhecido. Nos tornamos espectadores.
Então percebemos que, mesmo sem nunca desvendarmos totalmente o misterioso sorriso da Monalisa, ainda podemos nos deleitar com a beleza da obra... e ver florescer nosso próprio sorriso de prazer enigmático.
Made of Steel
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