Muitas horas do meu dia costumam se passar dentro de um transporte público. A maioria dos meus destinos ficam há 1 hora de distância ou mais da minha casa, então tenho bastante tempo convivendo com pessoas que não conheço e não faço questão de conhecer.
Interessante essa relação, onde o metrô pode estar totalmente lotado, você sendo obrigado a praticamente fundir seu corpo com o de outra pessoa tal é a força de esmagamento que vem de todos os lados, mas nem por isso é capaz de olhar nos olhos de quem está ao seu lado e oferecer um sentimento qualquer.
E essa indiferença não acontece porquê você está lendo um livro ou ouvindo uma música, mas sim porque para você não importa quem são esses estranhos à sua volta. Talvez fiquem 20 ou 40 minutos ali e ambos continuarão se ignorando até chegarem finalmente em seus destinos.
Às vezes faço uma experiência: fico olhando para os detalhes do rosto das pessoas desconhecidas do metrô. Elas geralmente não percebem pois estão distraídas demais em seus próprios pensamentos, mas sempre busco ser o mais discreto possível, como se o que faço fosse criminoso.
O rosto de uma pessoa diz muito sobre ela, o olhar principalmente. Cada dobra, falha ou marca, a cor da pele, o corte de cabelo... são várias histórias que nunca serão contadas no metrô usando de palavras.
Algumas vezes tento imaginar como as pessoas reagiriam se alguém começasse a conversar com elas sem nenhum interesse senão socializar... Provavelmente pensariam em algo ruim ou que é uma paquera, uma pena.
Made of Steel
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