quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

OS VERDADEIROS FENÔMENOS, IMPERADORES E GLADIADORES

Vivemos numa sociedade cheia de conceitos distorcidos. O certo por vezes parece errado e o errado quase sempre parece certo. Exigir seus direitos é "ser chato", falar a verdade é "ser inconveniente", demonstrar seus sentimentos é "ser fraco". Mas é claro que, paradoxalmente, o discurso que é repetido papagaiosamente é o de que temos que ser bons e justos, pensando no bem-estar do próximo. O que há de errado conosco, afinal?

Recentemente assisti uma palestra muito interessante encabeçada por um oficial da Polícia Militar de São Paulo. Ao contrário da imagem estereotipada que temos de policiais, o cara era um verdadeiro showman! O tema era inatividade militar, nada muito cativante, mas ele foi se empolgando e acabou tocando num assunto intrigante: como as pessoas negligenciam as coisas verdadeiramente importantes e valorizam o supérfluo. Usarei a própria fala dele para explicar:

"O camarada chega em casa, suado e fedido depois de jogar futebol com os amigos no domingo. Senta no sofá, coloca as botinas sujas em cima da mesa de centro, puxa o controle remoto e liga a TV. E o que ele vai assistir na TV? Futebol, é claro! A esposa aparece na sala e antes mesmo de dizer 'oi' o camarada já pergunta se tem comida feita porque ele está com fome. Dá 16h, o jogo começa, e ele fica vidrado! Piscar significa perder um lance que pode ser um gol! Não, ele não pode piscar!

Se o time ganha, ele vibra, pula, grita, corre, ajoelha, agradece, sorri. Se o time perde, ele grita, xinga, briga, bate na parede. Quanta emoção, quanta energia... pelo futebol. Se o time é campeão, vai correndo comprar uma camiseta pra dar de presente pro filho, paga uma rodada de cerveja pra todos os amigos. Os ídolos que o levam à loucura são conhecidos como Fenômeno, Imperador, Gladiador... e coitado de quem disser que tal jogador não é o maior de todos os tempos! O camarada vira um bicho!

Mas e quando não tem jogo? Onde está toda a energia? O filho aparece com um boletim escolar só com notas 10, e o que o nosso camarada faz? Nada! No máximo um 'parabéns filho'... E pra esposa? Será que ele olha pra ela e diz carinhosamente 'você é um fenômeno, minha imperatriz'? Duvido muito!"

Essa é a realidade no "País do Futebol" e certamente existe algo equivalente nos demais. Por isso, meus caros, sugiro que parem de idolatrar as pessoas erradas antes que seja tarde. Afinal de contas, ao contrário da sua esposa, seu filho, seus pais, irmãos e amigos, o Fenômeno, o Imperador e o Gladiador não sabem quem você é e se importam menos ainda.

Ver seu "time de coração" vencer pode ser ótimo, mas isso não valerá de nada se você mesmo for um perdedor.

Made of Steel

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

UM RAPAZ, UMA CASA E UMA FLORESTA

Um rapaz vivia confortavelmente dentro de uma bela casa. Ele se sentia feliz, aconchegado, satisfeito. Seu mundo se resumia àquela casa, tudo que precisava estava ali, não tinha do que reclamar. Sua vida era tão feliz, era simplesmente maravilhoso, invejável. Foi então, numa tarde qualquer, que tudo mudou.

Ele estava perto da lareira, admirado o fogo, calado, ouvindo apenas os sons da lenha estalar por causa das chamas. De repente, um som pesado e grave imperou no salão: estavam batendo à porta. Knock knock knock! O som não parava. Knock knock knock! Ele não queria abrir. Knock knock knock! O fogo parecia bem mais interessante. Knock knock knock! Nada que tinha fora da casa valia a pena. Knock knock knock! Enfim, abriu a porta.

Para sua surpresa, não havia ninguém do outro lado. Porém, logo que moveu a pesada porta de madeira, uma forte brisa entrou na casa e, de tão potente, apagou a lareira. Nesse momento ele notou, não era tarde, mas sim noite. Agora, sem a luz do fogo, a casa parecia assustadora. Sem o calor, sentiu como a casa era fria. Não tardou e começou a enxergar vultos arrastando-se nos cantos, ouvia a casa gemer como se tivesse vida própria. Eis que ele percebeu: a casa sempre tinha sido daquele jeito horrível e cruel, mas o fogo criara uma ilusão tal que o tinha envolvido completamente. Agora não havia mais chama, agora ele podia ver.

Cansado daquele cenário deprimente, o rapaz saiu e, pela primeira vez, percebeu o que tinha negado durante tanto tempo. Ele descobriu, finalmente, como o mundo fora da casa era belo! O telhado de barro e madeira foi substituído por um céu noturno estrelado. As paredes de tijolo e cimento agora não existiam e davam lugar a uma floresta majestosa. O chão sob seus pés era de terra, não um tapete, e podia sentir a vida pulsando ali. 

Maravilhado, começou a caminhar lentamente na direção da floresta. A cada passo que dava a casa parecia cada vez mais grotesca, definhando, chamando-o como se sentisse que estava perdendo algo que considerava proprietária. Seu chamado transformou-se em gritos, berros, urros, guinchos e grunhidos. Amaldiçoava a tudo e a todos, até que, por fim, percebendo que não podia fazer mais nada, tentou negar que algum dia alguém vivera ali, fingindo que o rapaz sequer existia. Ele, de longe, só podia lamentar ver o lugar que um dia chamou de "lar" reduzir a si mesmo àquele estado tão triste.

Pouco tempo depois, o rapaz olhou para o céu e vislumbrou a lua. Ficou tão encantado que continuou caminhando com o olhar fixo na rainha do céu noturno. Quando finalmente voltou para o solo, notou que estava perdido no meio da floresta, não sabia onde estava. Porém, não sentiu medo, de alguma forma sabia que aquele era o lugar onde deveria estar. 

Ficou ali, parado, até que viu uma criatura se aproximar. Primeiro enxergou os olhos brilharem na escuridão, depois sua silhueta felina, a leveza do caminhar, a harmonia dos movimentos. Por fim, iluminado pelo luar, pode ver a beleza da fera que se apresentava: um puma. Sem cerimônias, o animal se aproximou e o rapaz não tinha medo, tinha a sensação de que aquele felino tão belo não o machucaria. Ele estava certo.

A noite já estava avançada, o frio tomou conta do corpo do rapaz, o fez tremer. O puma, que o olhava profundamente nos olhos, veio até ele e, sem avisos, usou o próprio corpo para aquecê-lo. Nesse momento o rapaz finalmente entendeu: mais uma vez estava confortável, feliz, aconchegado, satisfeito, mas não precisava mais do fogo enganador para isso. Melhor, tinha o céu com estrelas e a lua para admirar e, com o puma ali ao seu lado, não estava sozinho. De vez em quando ainda consegue ouvir a casa resmungando, distante, mas está num lugar bem melhor agora.

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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

TEMPO INDIVIDUAL

Impressionante como locais de grande movimentação coletiva são ótimas fontes de inspiração para filosofar! Quase tão recorrente quanto acordar para um novo dia, andar no metrô de São Paulo me proporciona diversos momentos em que algo chama minha atenção e leva meus pensamentos para longe. Dessa vez o que assunto é o tempo (ou ritmo) que cada pessoa tem.

Estava apressado, andando numa velocidade acelerada, precisava pegar "aquele" trem senão me atrasaria para um compromisso. Foi então que no meu caminho vi se aproximando um senhor bem idoso, curvado em sua bengala, com suas passadas lentas e curtas. Já éramos antagonistas por si só, mas para minha surpresa fui ultrapassado rapidamente por um rapaz que corria o mais rápido que podia. Passou por mim, sequer notou o velho, estava focado no seu objetivo, que era o mesmo que o meu.

Muito interessante essa relação: 3 indivíduos que estavam no mesmo lugar, na mesma hora, com o mesmo destino, mas ainda assim com percepções completamente diferentes porque tiveram tempos diferentes para analisar o que se passava ali. O rapaz correndo sequer podia raciocinar qualquer coisa que não fosse o caminho mais rápido até o trem, preocupando-se em escapar dos inúmeros obstáculos que encontrava no percurso. Eu, caminhando rapidamente, conseguia ver melhor as coisas, observar detalhes, perceber o que acontecia, mas provavelmente não reconheceria um amigo passando a alguns metros de distância, se acontecesse. O idoso, por sua vez, poderia até mesmo tentar decorar as feições daqueles que passavam, sentir cheiros de perfumes passageiros que estivessem por perto. Realmente, curioso.

Curioso é perceber, então, como isso é verdadeiro em nossas vidas. Quantas vezes não deixamos de apreciar certos momentos por causa de uma pressa muitas vezes desnecessária? Aquele beijo matinal rápido do marido atrasado que tanto vemos em filmes, por exemplo, como seria seu dia se ele se permitisse um beijo caloroso e apaixonado em troca de 1 ou 2 minutos a mais de espera? E aquele bolo que não teria queimado se você tivesse sido mais rápido em desligar o forno? Hoje é tudo tão frenético, desperdiçamos muita coisa por isso! Afinal de contas, são as tartarugas que vivem 100 anos, não as lebres!

Cada um tem seu ritmo, cada corpo trabalha num tempo diferente, isso é indiscutível, mas meu questionamento está no exagero. Temos que parar com essa mania de achar que "otimizar o tempo" seja preencher todos os segundos do seu dia com atividades sem margens para respiros. Certas coisas da vida precisam de um pouco mais de paciência para atingirem seu ápice.

Foi assim, depois de "perder um pouco do meu tempo" pensando que percebi: quem será que aproveita melhor a vida? O rapaz corredor que está "otimizando" seu tempo ou o senhor que efetivamente consegue sentir e perceber simplesmente porque se permite "desperdiçar" parte do pouco tempo de vida que lhe resta?

Acima de tudo: de quanto tempo as pessoas precisarão para perceber isso?

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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A MAIOR ESTUPIDEZ HUMANA É EXISTIR

"O ser humano é um vírus" dizem alguns estudiosos. Pensando bem, eles estão quase certos! Ao meu ver, não somos um vírus, mas sim um câncer. Afinal, até onde minha ignorância sobre medicina me permite saber, câncer é um tipo de anomalia celular, enquanto vírus são criaturas vindas de fora que de alguma forma vão parar dentro do nosso corpo e daí começam a fazer estragos. Como nós não viemos de outro planeta e (dentro da MINHA crença) nem fomos criados a partir do capricho de uma divindade, mas sim da evolução que ocorreu durante séculos, então nascemos no próprio planeta e, enlouquecidos, estamos tentando destruir o local onde vivemos.

Além do câncer, podemos fazer várias analogias interessantes sobre nosso papel no grande "organismo" que é nosso planeta. Muitos estereótipos criados por nós mesmos e que, ironicamente, são tão verdadeiros para nossa condição que sequer percebemos. Podemos ser "a ovelha negra" das espécies, por exemplo. Ou quem sabe até "o rebelde", aquele que quer "lutar contra o sistema". Também tem o "emo", que fica choramingando a própria desgraça sem perceber que pra mudar essa condição basta um pouco de força de vontade. Podemos ser também os "playboys" que se acham melhores que as demais espécies por algum motivo fútil.

Aliás, o que nos faz acreditar que somos superiores, afinal? Talvez nossos polegares opositores tão práticos. Talvez nossa inigualável capacidade bípede de se locomover. Pode ser também nosso costume de usar tecido para nos proteger (algo que chamamos de "roupa"). Certamente nossa inteligência super-desenvolvida, capaz de nos proporcionar todos os avanços e descobertas tecnológicas desde a roda até o último lançamento da Apple Inc. Obviamente, o simples fato de termos consciência da nossa superioridade já nos torna automaticamente superiores aos demais animais que vivem por aí. Estamos tão acima que nos tornamos praticamente intocáveis!

Grande piada! Temos carros, mas nos desesperamos com a presença de uma barata. Temos matemática, filosofia e química, mas nos suicidamos porque alguém disse na TV que o mundo acabaria em poucos dias. Temos cidades, mas somos obrigados a criar apresentações de PowerPoint que mostrem pras pessoas a importância de preservar o meio ambiente. Temos cirurgias para os olhos, mas somos cegos em perceber que não é o planeta que está implorando por salvação. Quem está implorando somos nós mesmos.

Tal qual um câncer, não há cura para nós. Pelo menos por enquanto. Um dia a Terra encontrará a resposta e, sem avisos, transformará esse câncer num capítulo dum livro de História que não terá nenhum grande estudioso para ler. E mesmo que não encontre, ao contrário de nós quando estamos terminalmente doentes, continuará existindo até que seu câncer destrua a si mesmo e desapareça. Provando, assim, que os humanos não eram tão superiores, afinal.

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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O GRANDE ESPETÁCULO DA DESGRAÇA ALHEIA

Muitos aspectos do comportamento humano me incomodam. Alguns não fazem sentido ou não tem nenhuma explicação lógica aceitável. Porém, para alguns deles até encontro um motivo ou outro que, por mais ridículo, cruel, paradoxal e repugnante que possa ser, ainda assim faz com que nossas atitudes tenham sentido.

Um desses casos é a constatação óbvia do quanto que a desgraça alheia chama a atenção das pessoas e, quase sempre, torna-se um show. Nem vou perder meu tempo criticando programas de televisão que exploram o sofrimento, pois esse tipo de programa só existe porque tem público para eles. Portanto, os verdadeiros culpados continuam sendo nós mesmos.

Quem nunca esteve dentro de um ônibus ou carro e, ao passar perto de um acidente, esticou o pescoço tentando ver o que aconteceu realmente e, com sorte, talvez até enxergou um pedaço da perna decepada na batida? E como não admirar a beleza do Coliseu, lugar onde tantas pessoas morreram para divertir o povo?

A verdade é essa: nos divertimos vendo outros sofrerem. Seja numa pequena vingança pessoal, na discussão de um casal no metrô, no noticiário policial ou numa 3ª Guerra Mundial, estamos sempre dispostos e interessados quando o assunto é dor. Mas nunca a nossa própria dor, porque é incômoda, apenas as dores que atingem os outros nos importam. E talvez, inconscientemente ao menos, até estejamos desejando isso.

Nós, seres humanos, criamos culturas inteiras para fingirmos que somos "bonzinhos", que buscamos sempre o melhor para nós e para as demais pessoas que vivem na nossa sociedade. Que ridículos somos nós, seres humanos, que temos total consciência da nossa verdadeira monstruosidade e, ainda assim, insistimos em vestir toda manhã nossas peles de cordeiro e, por cima dela, paletó e gravata para dar mais seriedade às palavras de harmonia e paz que dizemos apenas da boca pra fora.

Sendo assim, sugiro que deixe a pipoca temperada com sadismo preparada, sente-se na sua confortável poltrona feita de moralismo vazio e relaxe! Minha revolta certamente não é suficiente para saciar sua vontade, mas existem outros bastante dispostos a proporcionar um grande espetáculo!

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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

BÊNÇÃO DA IGNORÂNCIA

Quando eu era pequeno o mundo era muito mais simples, tudo era festa e a maior (e única) responsabilidade que tinha era de ir para a escola todos os dias e prestar atenção nas aulas. Agora tudo é diferente: trabalho, namoro, amigos, projetos, estudos, atividades, grupos, perguntas, dúvidas, pressão... um mundo inteiro de responsabilidades e, nos poucos momentos de fôlego, posso parar pra lembrar como a vida era fácil antes. Quanta inveja de mim mesmo!

Olhando pra outras pessoas, percebendo o quanto algumas delas desconhecem e o quanto eu mesmo desconheço sobre as coisas, fico ponderando se a ignorância é algo realmente ruim no final das contas. Afinal, criamos esse paradoxo de que o "certo" a se fazer é sempre buscar o conhecimento mas, quando o alcançamos, por vezes desejamos que não tivéssemos alcançado.

Por outro lado, também tenho a impressão de que mesmo com esse discurso de "busque conhecimento", no nosso íntimo o que queremos mesmo é evitar o stress que ele trará. É tão mais fácil viver na ignorância, tão confortável! Mas atire a primeira pedra quem concordar com isso sem admitir que é inquietante imaginar uma vida sem a busca pelo desenvolvimento trazido pelo saber. Confuso, realmente confuso...

Outra característica interessante dessa anomalia criada por nós é que ela passa praticamente desapercebida. Aqueles que são ignorantes sobre o assunto estão perdoados e os demais simplesmente a negligenciam ou chegam à conclusão de que não há solução (ou que é muito difícil encontrar uma). Nós, com toda nossa adaptabilidade, nos acostumamos com isso e paramos de nos preocupar.

Sei que é impossível saber de tudo, por isso sempre seremos ignorantes de certa forma e, além disso, existem coisas que escolhemos conscientemente não saber, não buscar, não descobrir, pra evitar sofrimento. E é assim, limitado como ser humano que sou, que continuarei vivendo: ignorante e feliz!

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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

SOB ORDENS DO DELICIOSO CAOS

Existem algumas regras para se viver. A mais básica é a do Ciclo da Vida, onde seguimos a sequência pré-determinada do "nascer > crescer > reproduzir > envelhecer > morrer". Temos à nossa volta diversas leis universais, ordens naturais, diretrizes sociais e uma série de obrigações que devem ser seguidas independentemente de questionamentos que possamos fazer.

Particularmente sou uma pessoa bastante ordeira, gosto de ter o controle das minhas ações e do ambiente que me cerca. Mesmo tendo consciência de que nunca serei absoluto sobre nenhum deles, é tranquilizante sentir prepotentemente que os imprevistos serão raros e geralmente minimizados. Por óbvio, tenho também meus momentos íntimos de loucura e fuga do concreto.

No entanto, assim como o dia não existe sem a noite, ou o bem sem o mal, não existe ordem sem caos. Mesmo com todas as leis e regras, a humanidade convive com o caos diário, ainda que tenha o péssimo hábito de exagerar qualquer situação menos linear classificando-a como "completo caos".

Algumas pessoas simplesmente abraçaram a desordem e levam suas vidas sem nenhum tipo de planejamento senão o de não ter planos. Apesar dos ordeiros não conseguirem ver esse estilo de vida como algo vantajoso, paradoxalmente, vez ou outra sentem uma certa inveja da liberdade que o caos traz. 

Apenas aqueles que experimentam a adrenalina do proibido, a alegria da ausência das correntes, a leveza do permitir e o delicioso gosto do prazer inusitado, sabem como essa dança espiral é envolvente e viciante. Mas não se engane pensando que tudo são flores, pois uma vida onde a dança não pára certamente não durará muito.

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quinta-feira, 21 de julho de 2011

DRAGÃO DA FÚRIA

Há cerca de 2 anos e meio criei um personagem que era conhecido como Dragão da Fúria. Um guerreiro que fazia parte do braço militar duma sociedade secreta que estava presente em todo o mundo. Esse grupo de soldados era chamado de Os Mil Dragões e cada membro deveria ter seu nome iniciado com "Dragão".

Quando questionado o motivo de ter escolhido o nome Dragão da Fúria, a resposta era muito mais profunda do que a maioria imaginava: a fúria é um sentimento muito poderoso que pode mudar inclusive o rumo de toda a humanidade se for usada da maneira correta. Controlá-la é uma tarefa árdua, mas fazendo isso podemos tê-la como impulsionadora de grandes feitos. Da mesma forma, negligenciar nossa fúria, reprimindo-a completamente, nos é tão destrutivo quanto libertá-la totalmente. Sendo assim, por causa dessa dualidade perigosa e seu poder inerente, dominar nossa fúria interior torna-se um objetivo de vida que necessita de vigilância constante.

Outro ponto importante nessa história está na referência ao mítico Dragão. Muitas lendas falam de criaturas como essas e sua existência está no nosso subconsciente desde os tempos mais remotos. Até hoje, inúmeros significados elevados são atribuídos a eles. Particularmente tenho uma ligação forte com dragões, sendo inclusive meu signo no horóscopo chinês, e carrego comigo todos os dias um amuleto dado de presente por um amigo que disse que eu tinha o espírito de um dragão.

Outra menção que adoro sobre dragões aprendi durante minhas aulas de Kung Fu, onde repetíamos As Sete Virtudes do Guerreiros Pacífico (fé, força de vontade, disciplina, humildade, honra, paciência e sabedoria), sempre encerrando com uma das frases que mais marcaram minha vida: "Praticando as Virtudes despertamos o Dragão interior".

Egocentrismos à parte, o nome Dragão da Fúria tem até hoje um enorme significado e importância pra mim. Tanto que busco seguir essa filosofia mista que surge da união de "dragão" com "domínio da fúria".

Porém, agora, percebo que estava cometendo o erro de suprimir totalmente minha fúria, colocando-me na defensiva, tentando não ferir as pessoas. Enquanto isso, alguns insistiram em me atacar e agredir, como se quisessem aproveitar que o Dragão que vive dentro de mim estava preso por grilhões resistentes.

Portanto fica aqui o recado: o último grilhão foi rompido. O Dragão da Fúria está de volta!

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sexta-feira, 8 de julho de 2011

A ARTE DE QUERER BEM

Nesse blog já escrevi sobre sentimentos diversas vezes, a maioria delas envolvendo amor. Porém, dessa vez, falarei sobre um outro que também pode ser chamado de "amor". Não aquele de amantes e apaixonados, mas um que as pessoas chamam de "amor ao próximo".

Aqueles que apenas enxergam seu egoísmo como algo a ser alimentado sem que isso traga benefícios para os demais não sabe do que se trata. Mas a grande maioria das pessoas quer (ou ao menos diz querer) o melhor para pessoas que estão próximas. Esse sentimento bom, que nos faz sentir alegria mesmo sem estarmos diretamente envolvidos, deveria ser bem menos raro, mas quando é verdadeiro só se faz multiplicar.

Ficar feliz porque vê outra pessoa feliz é uma arte, um estado de espírito. É um sentimento que está presente nas grandes amizades e outros tipos de relações sociais humanas que sequer tem nome. E esse sentimento é justamente uma das coisas que me faz acreditar que nós, mesmo essencialmente egoístas, temos a capacidade simples e pura de querer o melhor para outros.

Hoje tive um dia cheio de acontecimentos bons e, ao chegar em casa, pensei que não havia mais nada a esperar. Felizmente, estava enganado e, por causa do "amor ao próximo", todo o cansaço que sentia foi substituído por um entusiasmo tal que minha vontade é de correr e gritar! Tomara que essa sensação não se vá tão cedo!

Agora posso dizer: meu nome nesse exato momento é ALEGRIA!

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quarta-feira, 6 de julho de 2011

CORRUPÇÃO NOSSA DE CADA DIA

Acho engraçada a maneira como as pessoas apontam para os políticos como se fossem algum tipo de alienígena que vem de um planeta onde ser corrupto é normal. Afinal, nosso querido Planeta Terra e principalmente nosso país "abençoado por Deus" com toda certeza não partilham dessa cultura imunda que é a corrupção! 

Mas é claro que, excluindo os políticos, todos os demais são puros, de caráter inquestionável! Ah não, calma ai... tem que tirar também alguns advogados, alguns médicos... e não podemos esquecer aquele atendente da padaria que vive tentando cobrar 1 real a mais no pãozinho! Esses vieram do mesmo planeta que os malditos políticos.

Quando penso em "coisas ruins" não tem como evitar que a palavra BANCO venha à mente. Amaldiçoados sejam esses capitalistas grotescos que vivem nos sugando através de contas, investimentos e poupanças! Isso me faz lembrar que ontem fui ao banco e, por sorte, encontrei com um amigo que estava quase sendo atendido nos guichês. Deixei com ele o dinheiro e o que tinha pra ser pago, assim evitei desperdiçar vários minutos naquela fila imensa.

Aliás, ontem foi um dia de grande sorte mesmo: um tal de Alberto sei-lá-o-que esqueceu a carteira dele num assento do metrô e, por isso, agora tenho 50 reais a mais e um Bilhete Único que vai me economizar praticamente um mês inteiro de passagem. Depois disso, na hora do almoço, a atendente do caixa do restaurante por quilo marcou errado o valor do meu prato, então economizei outros 5 reais.

O que estragou tudo foi chegar em casa à noite e, assistindo o telejornal, ver as notícias vindas lá de Brasília. Definitivamente, políticos não tem vergonha na cara, dá até vergonha de pensar que vivo no mesmo país que eles. Ainda bem que meus pais me deram educação e sou uma pessoa de princípios, pois honestidade é a coisa mais importante que alguém pode carregar consigo.

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segunda-feira, 27 de junho de 2011

BAILE DE MÁSCARAS

Algo que sempre me incomodou na nossa sociedade são as "convenções". Elas são comportamentos socialmente aceitos e, pior que isso, esperados pelos demais, normalmente apresentadas como reações-padrão à determinadas situações. Porém, assim como um rebelde transgressor, me questiono o quanto elas são válidas e, mais ainda, verdadeiras.

Toda vez que alguém morre precisamos sentir tristeza? Sempre que alguém nasce devemos sorrir? Existem limites que nos são impostos e não podemos transgredi-los senão todos à nossa volta olharão com reprovação e farão seus julgamentos hipócritas impiedosos!

Isso nos obriga, então, a agir falsamente, escondendo nossas vontades e sentimentos. O que você pensa nunca será correto se for contra as convenções sociais. Esqueça! Seja aquilo que esperam de você e não terá problemas.

Um dia, quem sabe, as pessoas aprenderão que mesmo que algumas situações NORMALMENTE gerem reações parecidas, cada caso será diferente do outro. Isso acontece porque os indivíduos envolvidos são diferentes, as condições em que aconteceram são outras e, por isso, os resultados podem variar.

De qualquer forma, enquanto isso não acontece, voltamos ao nosso baile de máscaras onde trocamos lágrimas por sorrisos falsos e alegria verdadeira por melancolia pré-moldada.

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quarta-feira, 22 de junho de 2011

NO SEU DEVIDO LUGAR

Sou um usuário constante do transporte público paulista. Na minha rotina estão presentes horas dentro de um ônibus ou metrô. Durante esse tempo por vezes acabo fazendo minhas próprias observações e embarco em pensamentos profundos. 

Um deles é sobre o tal "assento preferencial". Vivo me perguntando "mas por que RAIOS existe essa merda?" e o motivo é bem simples: TODOS os assentos deveriam ser preferenciais! Pra mim é simplesmente inconcebível que um ser humano seja capaz de ver um outro mais frágil e se negar a oferecer-lhe uma gentileza pequena como essa que é ceder seu lugar.

E o que essa situação gera? Mais intolerância! Pessoas começam a não tolerar que idosos ou gestantes sentem nos "assentos comuns", afinal, eles já tem os preferenciais, não precisam de outros. Pior que isso: principalmente entre os idosos, mesmo tendo opção de se sentar em um local não-preferencial, eles não o fazem pois sabem que "seu lugar" é naquele reservado. Que ridículo!

É bem verdade que existem algumas pessoas que atrapalham. Idosos que se recusam a sentar por causa de seus orgulhos e, por isso, acabam caindo e se machucando. Mulheres que estão grávidas há 1 mês e fazem um verdadeiro escândalo se alguém não deixar ela, tão debilitada como está, descansar durante a viagem. Mas essas pessoas não são maioria, acredito eu, e por isso devem ser tratadas como a minoria desajustada que são.

Outra grande falha desse sistema está ligada à cultura brasileira de que exigir seus direitos não é algo educado. Uma pessoa que tenha direito ao assento preferencial por vezes precisa pedir para que uma pessoa "normal" dê lugar, mas, ao invés de fazê-lo, fica calada esperando que o outro perceba o que está acontecendo e tome uma atitude. E se o idoso ou gestante pedir, será encarado como uma pessoa incômoda.

Perceba como essa pequena situação específica já traz uma quantidade tão absurda de absurdos que não existe outra reação possível senão revolta. Mesmo assim, as pessoas continuam em suas hipocrisias egocentristas, onde seu conforto está acima dos demais e só acatam as leis (sejam elas jurídicas ou sociais) que lhe interessam em cada momento.

Todos deveriam perceber que mais importante que seu lugar num trem ou ônibus, é seu lugar na sociedade. E aqueles que cometem esses tipos de desrespeito, pra mim, estão num lugar bem abaixo do respeitável.

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segunda-feira, 20 de junho de 2011

DILEMA DO PESQUISADOR

Para pesquisar sobre algo é preciso interagir com o objeto de estudo. Porém, para não modificar os resultados, o pesquisador precisa manter-se neutro e distante. Naturalmente, essa tarefa não é fácil e, por óbvio, muitas vezes acaba falhando, geralmente provocando resultados diferentes.

Algum estudioso famoso disse uma vez que o simples fato do pesquisador observar o fenômeno já altera o resultado, mesmo que ele não interfira de nenhuma maneira. Tendo a concordar com isso, pois aprendi a acreditar em energias e, ao observar, o pesquisador estará interferindo, enviando suas próprias energias para o alvo.

É muito cruel imaginar que nunca será possível acompanhar um processo sendo totalmente neutro, bastando aceitar essa verdade e tentar ser o mais neutro possível. Isso tudo faz com que o verdadeiro pesquisador seja aquele que consiga minimizar sua interferência, e é isso que todos devem buscar.

É hora de pesquisar.
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quinta-feira, 16 de junho de 2011

SORRISO DA NOITE

Queria escrever um longo texto sobre o que senti hoje ao olhar para a lua, mas agora não acho que isso seja necessário. Muitos já escreveram sobre o fascínio da lua cheia, eu incluso, então é dispensável. Hoje, porém, tivemos um eclipse! Mesmo começando antes do anoitecer, pude ver a lua parcialmente encoberta enquanto a noite se fez presente.

A lua parecia um enorme sorriso no meio do céu noturno. E estava sorrindo para mim.

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sábado, 11 de junho de 2011

A MAÇÃ

Existe uma enorme macieira e, de tão enorme, dá frutos durante todo o ano. As maçãs que dela nascem são muito parecidas para qualquer observador casual, mas quem prestar um pouco mais de atenção perceberá que cada maçã é única em sua existência, mesmo que ainda sejam todas igualmente maçãs.

Algumas são maiores que outras, suas formas vão desde a esfera mais perfeita até a completa disformidade, suas colorações variam em diferentes tons de verde e vermelho. Dividem-se entre os galhos de maneira caótica, nem todas respeitam o espaço das demais e teimam em crescer espremidas quando poderiam usar o espaço disponível à poucos metros.Também é verdade que dentre elas existem aquelas que apodrecem mais rápido que as demais, enquanto outras simplesmente recusam-se à apodrecer, mantendo-se saudáveis e açucaradas até o fim.

No meio de tantas maçãs, existe uma em particular que hoje está em evidência. Ela não é e nem nunca foi a mais doce, nem a mais redonda, nem mais avermelhada, mas também estava longe de ser uma maçã horrível e podre. Ela já está pendurada na enorme árvore há um bom tempo, o vento está fazendo-a balançar muito e, à qualquer momento, cairá.

As maçãs mais próximas, acostumadas com sua presença ali ao lado, observam preocupadas seu balanço, mas sabem que nada podem fazer para ajudá-la, restando-lhes apenas a expectativa. "Quando vai acontecer? Sabemos que é inevitável, mas quando?" – pensam as maçãs.

Cedo ou tarde, ela cairá e finalmente tocará o solo. Estará livre da árvore e poderá deixar-se ser carregada pelo vento. Talvez conheça muitos outros lugares antes de desaparecer, mas não poderá partilhar nada com suas antigas colegas, pois elas estarão longe, presas na árvore. 

Ao menos, para aquelas que ficaram, restará o alívio do fim da agonia e a esperança de que a vida no solo seja melhor que nos galhos da enorme macieira.

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segunda-feira, 6 de junho de 2011

SIMULTANEIDADE

Estudos já comprovaram que uma das várias diferenças entre homens e mulheres está na capacidade que cada um tem em administrar funções e tarefas. Homens não conseguem realizar muitas atividades simultâneas, mas costumam se sair melhores naquelas em que decidem se especializar. Já as mulheres, conseguem ser verdadeiras "multifuncionais", cuidando de várias coisas ao mesmo tempo sem perder o foco de nenhuma delas. Mas desde que vi um personagem recente de novela tenho me perguntado: e no amor?

Vivemos uma sociedade católica, portanto monogâmica, em que a esmagadora maioria se deixa levar pelo pecado capital da luxúria para sentir prazer de diferentes amantes. O grande problema está na facilidade com que isso acontece, demonstrando que os laços "afetivos" que ligam os casais não são nem de longe fortes e sólidos.

Eis então que vejo o tal personagem da novela: um coitado que sente amor verdadeiro por três mulheres ao mesmo tempo, mantendo seus relacionamentos em segredo entre elas. Todas acreditam ter encontrado o homem de seus sonhos, o príncipe encantado, quando na verdade são apenas mais uma das "sortudas".

Fico me perguntando se é possível sentir amor verdadeiro por mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Minhas referências culturais e sociais dizem que não, mas sendo bem sincero já não tenho tanta certeza. Amar é um sentimento tão bom, por que deveria ser exclusivo? O que importa acima de tudo é a felicidade dos envolvidos, não é?

Tento me colocar hipoteticamente nessa situação para tentar prever como reagiria. No campo teórico tudo é sempre mais fácil! Se minha amada encontrasse outro que despertasse nela a mesma alegria que encontra comigo, de uma forma pura e verdadeira, sem diminuir o que sente por mim, acredito que conseguiria ser compreensível e, em nome de sua felicidade, superar meu egoísmo e permitir. Ao menos em teoria.

E no oposto? Se eu me apaixonar por mais alguém verdadeiramente sem deixar de amá-la? Não tenho como ter certeza alguma sobre a reação da minha amada. Sendo compreensível e permitindo, provavelmente seria uma grande alegria para todos, mas caso ela negue terei que sofrer para sempre? Realmente, é algo muito complicado.

Como disse no texto anterior, quantos mais "e se..." aparecem, mais absurdo fica. Melhor parar por aqui antes que fuja totalmente do real. Enquanto isso, manterei-me na teoria.

Made of Steel

sábado, 4 de junho de 2011

E SE AQUI TIVESSE UM TÍTULO MELHOR?

Todos gostam de criar seus próprios objetivos utópicos e chamá-los de "sonhos". Cada ser humano vivo tem pelo menos um sonho que guia sua vida e, em muitos casos, ele dá muitas dicas sobre a personalidade da pessoa. Porém, sonhos dificilmente tornam-se realidade, sendo portanto uma possível fonte de frustrações. Por outro lado, a simples possibilidade de concretizá-lo, por mais remota que seja, traz muita alegria.

Um recurso muito utilizado por nós quando nos referimos a nossos sonhos é iniciar as frases com "e se..." seguidas de alguma situação hipotética. E se eu ganhasse na mega-sena acumulada de R$ 100 milhões? E se amanhã fosse seu último dia de vida? E se as pessoas parassem de usar tanto o "e se..."?

O mais triste disso é constatar o quanto adicionar "e se..." no começo da frase a torna automaticamente absurda ou improvável. São raros os casos onde empregamos esse recurso para hipóteses com alta probabilidade de acontecerem, pois nessas situações usamos termos mais concretos e que trazem maior certeza.

Particularmente evito até mesmo pensar em frases desse tipo. Infelizmente, nos últimos tempos tenho cada vez mais me percebendo cometendo esse engano. São muitas dúvidas, muitos questionamentos, possibilidades absurdas, idéias mirabolantes, tudo sempre "e se...".

Adoraria conhecer as respostas, mas por enquanto me resta conviver com as interrogações e tentar resolvê-las uma-a-uma. E se um dia tudo se resolver, o que farei? Por hora, não sei. E se o sono não me dominasse a mente obrigando-me a parar de escrever? Simplesmente desisto.

Made of Steel

quinta-feira, 2 de junho de 2011

CONVERSAS

Uma das características mais marcantes da existência humana é nossa necessidade de socializar. Precisamos, para nossa simples sobrevivência, de algum tipo de interação com o outro. Claro que provavelmente já ouviram a história daquele eremita que decidiu viver isolado nas montanhas, mas ele não nasceu brotando de uma pedra e se alimentou de ar e chuva até ficar adulto o suficiente para decidir pelo isolamento. Em algum momento de sua vida, por mais breve que tenha sido, ele trocou algumas palavras com alguém.

Dentre as diversas formas de interação social, a mais básica é a conversa. Conversas podem ter assuntos complexos e profundos ou servirem apenas para divertir, mas todas elas possuem um poder inerente de gerar conclusões por cada um sobre todas as pessoas envolvidas nela. E é justamente esse poder que me fascina!

Uma pessoa que seja hábil com as palavras conseguirá extrair de seu par muitas informações e, se assim quiser, não transmitirá nada além do planejado. Não que isso seja algo negativo ou que devemos todos entrar numa paranóia insana imaginando que conversas são grandes duelos de intelectos dispostos a dissecar os segredos uns dos outros, pois tudo dependerá do tipo da conversa, de quais informações estão em jogo e o que será feito delas.

Conversar é um exercício praticado durante toda a vida e aqueles que dominam essa arte costumam se destacar. Acredito que o mundo seria um lugar bem melhor se as pessoas usassem mais frequentemente esse recurso tão cotidiano ao invés de apelar para modos agressivos de exposição (nesse caso, imposição) de suas opiniões e vontades. 

Talvez justamente por ser tão simples é que o ato de conversar seja negligenciado, assim como outras ações como respirar e caminhar, esquecidas quase o tempo todo, sem receber a devida atenção. Um dia, quem sabe, a humanidade aprenderá que coisas simples são também importantes e na maioria dos casos podem ser ainda mais decisivas que outras. Espero estar vivo para presenciar isso.

Made of Steel

terça-feira, 31 de maio de 2011

BREVE PENSAMENTO

O amor é como os trilhos de um trem: o caminho que é seguido. 
A paixão é o carvão usado pra mover esse trem.

Se você usar muito carvão, o trem acelera e pode acabar descarrilando. 
Além disso, o carvão acabará logo e em pouco tempo o trem vai parar.

Mas se você usar na medida certa, não correrá riscos de descarrilamento e durará por muito tempo.

Made of Steel

terça-feira, 24 de maio de 2011

A VIDA DE UMA PEDRA NA CALÇADA

Hoje tinha um compromisso no centro da cidade. Cheguei no horário marcado (cinco minutos antes, pra ser mais preciso) e fiquei lá esperando por um amigo. Para meu azar, o carro dele quebrou no meio do caminho e, na correria para resolver o problema, perdeu completamente a noção do tempo.

Alheio a todos os acontecimentos, fiquei aguardando pacientemente no local de encontro. Olhava para o relógio do celular apenas para confirmar o aumento do atraso do meu amigo. Pessoas passavam pela calçada, caminhando cada uma no seu ritmo, sem dar-me qualquer importância.

De repente, um som peculiar vem do chão. Automaticamente olho para baixo constatando que sua origem era uma pedra deslizando na calçada depois de ser chutada por um pedestre desatento. Todos que estavam próximos imitaram minha reação, voltando ao que faziam logo em seguida.

Pouco tempo depois, novamente a pedra recebe um chute e desliza. E de novo, de novo, mais uma vez, agora foi de leve, essa foi quase, será que essa mulher verá a pedra ou vai chutar também? Quando me dei conta, estava olhando fixamente para a pedra, tentando prever seu futuro naquele território hostil da calçada, sofrendo ataques constantes dos cruéis pedestres que passavam por ali.

Muito triste a vida da pedra na calçada! Seu destino é ser chutada de um lado para o outro por desconhecidos que só notam sua presença depois que a atingem e, no instante seguinte, volta a ser ignorada por eles, completamente insignificante e irrelevante.

Existem pessoas que vivem como essa pedra. Passam desapercebidas, sendo jogadas de um lado para o outro, sofrendo caladas, tornando-se cada vez mais frias e duras, para serem atacadas mais uma vez por outros que as consideram insignificantes. Muito triste a vida das "pessoas-pedra-na-calçada"!

Então olhei mais uma vez para o relógio. Se passara uma hora desde que tinha chegado lá. Olhei pela última vez para a pedra, ela tinha sido chutada para um canto fora do alcance dos pedestres. Com um leve sorriso, iniciei minha caminhada de volta para casa. A pedra, finalmente, estava à salvo.

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sexta-feira, 20 de maio de 2011

DÁ O CU SÓ DE ZUERA, NÉ NEGÃO?

Homossexualismo sempre existiu no reino animal, seja na sociedade humana ou fora dela, e mesmo assim ainda não chegamos num fim para essa questão. Me impressiona como temos essa capacidade de agirmos estupidamente tão bem desenvolvida. Se o cara gosta de morder fronha e a garota não se interessa por um pintão de 30cm, qual o maldito problema? Tem tanto hetero com hábitos sexuais realmente detestáveis por aí e ninguém aponta o dedo da reprovação!

Mas se tem uma coisa que DEFINITIVAMENTE não faz o menor sentido é o racismo contra negros. Quero dizer, homofobia tem base em religiões antigas que criaram vários preconceitos contra várias coisas, mas o que raios a cor da pele tem a ver com isso tudo? É notável que pessoas negras são biologicamente superiores aos demais. Vivem mais, o envelhecimento é mais lento, mais resistentes ao sol e algumas doenças, músculos mais desenvolvidos, dentre outras coisas. Se os europeus da época não fossem superiores em tecnologia e prepotência ignorante, tudo seria diferente.

Às vezes fico com vergonha de mim mesmo em pensar que já tive meus preconceitos. Racismo nunca, mas era intolerante com homossexuais. Não sei dizer se os programas de conscientização realmente funcionam, se foi por causa das aulas de teatro (você acaba convivendo com alguns gays, é inevitável), se evoluí naturalmente ou se tudo em conjunto influenciou, mas o que importa é o resultado.

Agora que o racismo já foi falsamente superado, todos os holofotes estão voltados para o público gay. Nessa hora lembro de coisas como cotas raciais para cursos superiores (apenas cotas sociais fazem sentido) e fico receoso do que pode acontecer. Não entendo como que os negros aceitam ser chamados de mentalmente incapazes e ainda apoiam, mas tenho esperanças de que os homossexuais não sigam esse caminho.

Legal é observar as propagandas agora que precisam respeitar o que é socialmente obrigatório. Tudo que é produzido pelo marketing precisa ter pelo menos uma pessoa negra, uma deficiente física, uma mulher e, se possível, algum asiático. Espertos são os caras de uma faculdade que tinham na sua propaganda uma mulher negra cadeirante... típico caso de 3 em 1! Economizaram uma boa grana com cachê, suponho.

Made of Steel

MUSICALIZANDO

Certa vez conheci um sujeito que afirmava não gostar de nenhum estilo musical. Pra mim isso é simplesmente impossível. Como pode alguém não gostar de música? É, no mínimo, absurdo imaginar uma situação dessas! A vida sem música não pode ter graça. É algo inaceitável, errado, tosco, repugnante. Nós precisamos de música, ela está presente em todos os momentos. Tudo tem música!

Engraçado como criamos ligações entre músicas e fatos. Existem umas "alegres" e outras "tristes", que acabam influenciando nosso humor. Também tem aquela que lembra minha mãe, ou aquela que lembra o dia em que dei meu primeiro beijo. Tudo vira música!

Dizem que músicos tem o cérebro mais desenvolvido do que os demais. Isso não me admira, pois músicos de verdade precisam ser habilidosos em tantas coisas que é plausível sua evolução mental. Saber diferenciar tons, criar uma melodia, tocar diversos instrumentos, ter sensibilidade para sentir e deixar fluir, fazer tudo isso em harmonia com os demais... Tudo teoriza música!

Particularmente prefiro músicas mais "pesadas", o bom e velho Heavy Metal. Apesar de que, nos últimos anos, tenho me tornado cada vez mais tolerante a outros estilos. Percebo que estou me tornando um amante de "música boa" independentemente da maneira como ela se apresenta. Claro que existem alguns estilos que sequer consigo considerar como música (funk, por exemplo), então fica difícil achar algo bom nesse meio. Mas acredito que minha preferência por músicas mais impetuosas seja porque elas me ajudam a manter meu ritmo acelerado de vida. Tudo inspira música!

Mesmo com tantos aspectos, a música continua exercendo sua maior magia sobre os sentimentos das pessoas. Seja instrumental, cantada, produzida dos sons cotidianos ou a musicalidade inerente das coisas, ela sempre nos influenciará e será uma das melhores formas de expressão. Se ainda assim faltar, dance embalado por ela.

Tudo é música!

Made of Steel

LAÇOS MAIS FORTES QUE O SANGUE

A sociedade humana é dotada de vários tipos de relacionamentos. A maioria é meramente formal, outros são afetivos, alguns íntimos e existem até relações unilaterais. Cada um deles tem suas próprias características e geralmente são excludentes entre si.

Porém, dentre todos, um dos mais conhecidos e equivocadamente avaliado é o "laço de sangue". As pessoas pensam que o simples fato de ter componentes genéticos iguais aos de outro já faz com que esses dois indivíduos tenham uma ligação obrigatória. Mas o que não percebem é que o motivo real por trás desse elo é a convivência.

Irmãos não são "irmãos" por causa da genética, mas sim porque desde sempre convivem no mesmo lar, são obrigados a conhecer um ao outro nas mais variadas situações e vivenciam inúmeras experiências conjuntamente. A união e afeição resultantes disso são consequências totalmente previsíveis dentro de qualquer relacionamento semelhante mantido de maneira saudável.

Da mesma forma, um filho que nunca conheceu sua mãe biológica não terá por ela qualquer proximidade maior do que a de um desconhecido. O diferencial desse caso é que sentimentos como curiosidade, culpa ou sensação de abandono influenciarão diretamente o comportamento dos envolvidos, tornando-se uma distorção na base da relação.

Mas nessa história toda existe um ponto polêmico: existe amizade inocente entre homem e mulher? Sim, existe, se um dos dois não for atraente para o outro. Claro que existem outros tipos de obstáculos sociais que impedem que a amizade torne-se algo mais íntimo, mas é muito difícil imaginar essa relação mulher-homem sem que nenhum "e se..." fique pendente no ar.

Alguns desses obstáculos sociais são namoros, casamentos, relações profissionais (quando não se pode ter encontros com colegas de trabalho, por exemplo), familiares ou culturais. E o mais complicado nessas horas é saber ponderar a importância de cada um desses fatores. Muitas pessoas erram nessa avaliação, causando resultados, no mínimo, desastrosos.

Faz parte da nossa natureza a busca pelo outro e a esperança de ser retribuído. O triste está em perceber o quanto complicamos e regramos tudo, mas ainda há salvação. Basta pararmos de ficar repetindo incansavelmente "e se..." e partir para atitudes mais concretas.

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quinta-feira, 19 de maio de 2011

FOGO, ÁGUA, TERRA, AR... E ASFALTO

Que o ser humano perdeu grande parte de sua conexão com a natureza todos já sabemos. Mas ultimamente tenho pensado se o que estamos fazendo na verdade não é criar um novo elemento básico de composição do mundo: o asfalto.

Como seria o comportamento de uma pessoa que tenha o asfalto como elemento de poder? Provavelmente séria, mas irritadiça. Totalmente padronizada, regrada, com um perfeccionismo virginiano. Sua roupa durante momentos de lazer será o casual wear usado nas sextas-feiras e suas opções de diversão giram em torno do happy hour.

O asfalto tem forte ligação com os elementos ar poluído, água suja e fogo radioativo. Mas é totalmente antagonista do elemento terra. A coexistência de asfalto e terra parece ser praticamente impossível, sendo raríssimos os casos onde um respeita o espaço do outro.

Realmente, já parece ser um fato consumado. Místicos, magos, bruxas, alquimistas e feiticeiros de todo o planeta já podem começar a criar novas cerimônias que reverenciam este novo soberano. Ergam templos feitos de protocolos e PABX. Sacerdotes, vistam vossos ternos ritualísticos e invoquem-no usando as gravatas e maletas do poder!

Se Gaia chorar, vá até a farmácia e compre um calmante. Mas compre aquele da tarja preta, porque ela demora para dormir e pode ficar agressiva.

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VENDE-SE DEUS: PAGUE 1, LEVE 2

Nasci e cresci numa família católica. Fui batizado, fiz 1ª comunhão e fazia o sinal da cruz sempre que entrava numa igreja. Quando tinha 10 anos de idade já não acreditava mais em Papai Noel e Coelhinho da Páscoa, então era questão de tempo até seguir a evolução lógica rumo ao Ateísmo.

Calma, não sou daqueles ateus chatos que tentam catequizar os demais. Pra mim, a religião serve como um grande conforto para pessoas que não estão dispostas a aceitar uma existência fria e solitária que é acreditada pelos ateus. Não existir um deus ou "ser superior" que nos orienta e protege é uma idéia assustadora para a maioria, não podemos culpá-los por buscar uma crença mais confortável.

Quaisquer pessoas que queiram fazer pose de intelectual precisam se declarar atéias, mas quase sempre a verdade é que são apenas anti-cristãs. Não se preocupam em pesquisar sobre outras religiões, mas fazem questão de ler a bíblia inteira para apontar falhas e esfregar na cara de senhoras simpáticas e gentis que dão migalhas aos pombos depois da missa de domingo.

Anti-cristãos de merda! São só mais um bando de babacas procurando alguma coisa para se provar superior aos demais. São feios demais pra participar de um BBB e não possuem destreza suficiente para ganhar dinheiro jogando futebol, então precisam descontar suas frustrações através de um assunto que vai muito além do que suas mentes fracas compreendem.

Um dia, quem sabe, as pessoas entenderão que crença é algo individual. Uma verdade tem vários lados, mesmo que todos pareçam ser o mesmo com nomes e simbologias diferentes. 

Enquanto isso não acontece, continuemos com nossas bengalas e óculos escuros.

Made of Steel

INDIFERENÇA

Muitas horas do meu dia costumam se passar dentro de um transporte público. A maioria dos meus destinos ficam há 1 hora de distância ou mais da minha casa, então tenho bastante tempo convivendo com pessoas que não conheço e não faço questão de conhecer.

Interessante essa relação, onde o metrô pode estar totalmente lotado, você sendo obrigado a praticamente fundir seu corpo com o de outra pessoa tal é a força de esmagamento que vem de todos os lados, mas nem por isso é capaz de olhar nos olhos de quem está ao seu lado e oferecer um sentimento qualquer.

E essa indiferença não acontece porquê você está lendo um livro ou ouvindo uma música, mas sim porque para você não importa quem são esses estranhos à sua volta. Talvez fiquem 20 ou 40 minutos ali e ambos continuarão se ignorando até chegarem finalmente em seus destinos.

Às vezes faço uma experiência: fico olhando para os detalhes do rosto das pessoas desconhecidas do metrô. Elas geralmente não percebem pois estão distraídas demais em seus próprios pensamentos, mas sempre busco ser o mais discreto possível, como se o que faço fosse criminoso.

O rosto de uma pessoa diz muito sobre ela, o olhar principalmente. Cada dobra, falha ou marca, a cor da pele, o corte de cabelo... são várias histórias que nunca serão contadas no metrô usando de palavras. 

Algumas vezes tento imaginar como as pessoas reagiriam se alguém começasse a conversar com elas sem nenhum interesse senão socializar... Provavelmente pensariam em algo ruim ou que é uma paquera, uma pena.

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quarta-feira, 18 de maio de 2011

ALL YOU NEED IS LOVE

Muitas são as pessoas que já ouviram falar nos Beatles. A grande maioria delas provavelmente gosta de pelo menos uma música deles, mesmo que não seja a do título desse post. Mas o que raios eu quero dizer com isso? Nada, só puxando o gancho pro assunto.

O motivo por trás da sociedade humana, o que nos obriga a criar relacionamentos de qualquer tipo, é a busca por amor. Não estou me referindo apenas ao amor no sentido romântico, com namorados, corações e música melosa, mas numa visão bem mais ampla.

Nós, humanos, temos essa necessidade de conviver, conversar, sentir, experimentar. Somos carentes, nascemos com essas vontades. Precisamos dos outros para receber carinho, afeto, simpatia, empatia, compreensão ou um simples "oi".

Mas ainda assim somos orgulhosos! Em algum momento de nossa história nos disseram que aquele que demonstra suas necessidades é um fraco. Não quero ser um fraco! Esconderei de todos essa minha fraqueza, sou totalmente capaz de viver sozinho se assim desejar, sou auto-suficiente! Quanta estupidez... 

Por que o ser humano precisa ser tão contraditório sobre si mesmo? O que há de fraco em querer o melhor pra si? Não é tão difícil assim ser honesto consigo mesmo. A parte mais engraçada disso tudo é que as pessoas mais "bem sucedidas" costumam ser justamente aquelas que têm maior segurança sobre si, e esse tipo de coisa não se consegue sem se conhecer.

Sou um defensor do amor na sua forma mais pura. Amar nos dá forças que não nos seriam dadas de outra forma e nos faz ver o mundo com muito mais cores e sons. A vida de todos será melhor quando entenderem que não há problemas em amar, em todos os seus sentidos.

Amem. Amém!
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EGOÍSMO

Desde pequenos nos ensinam que egoísmo é uma coisa negativa. Devemos aprender a partilhar, dividir, buscar sempre a felicidade do próximo, etc etc. Mas, se pararmos para pensar por algum tempo, ele não só é algo que pode ser positivo como, na verdade, é a base do comportamento humano.

Quando alguém morre, por que as pessoas choram? Afinal, algumas delas acreditam que existe vida depois da morte ou que, se for merecedor, o falecido irá para um lugar infinitamente melhor que o plano terreno. A resposta: egoísmo de quem ficou, pois queria o outro sempre acessível e próximo. Não importa se a morte o levou para uma condição melhor se quem ficou sentirá sua falta.

E quando encontramos um mendigo na rua e entregamos algo de comer para diminuir sua fome? Bom, estamos sendo egoístas também. Quando fazemos caridade ficamos com uma ótima sensação de bem-estar, sendo essa uma das motivações que nos impulsiona.

Obviamente, nesse último caso, o egoísmo por si só não necessariamente é o único motivador. Gosto de acreditar que existam pessoas tão bondosas que realmente buscam melhorar a vida das outras sem procurar nada em troca, mesmo que inconscientemente estejam alimentando os próprios egos.

Então toda ação que fazemos é por causa do egoísmo? Não. Comer, por exemplo, não é uma ação movida pelo egoísmo. Mas podemos dizer que todas as ações SOCIAIS são, sim.

Ser egoísta não é algo ruim, pois é impossível não ser. A diferença está em como o usamos e o que fazemos para alimentá-lo. Assim como não é a arma a culpada pela morte, mas sim aquele que a usa.

Por isso, ao invés de lutar contra o "egoísmo negativo", pratiquem o "egoísmo positivo". Além de mais simples, o resultado costuma trazer benefícios não apenas para você mesmo como para outras pessoas.

Não seja egoísta querendo resolver apenas seu próprio egoísmo.

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terça-feira, 17 de maio de 2011

INTERNET E SEXO

Dizem que a internet é composta por algo como: 90% coisas pornô ou eróticas, 7% tentativas de fraude, 2% inutilidades e apenas 1% de conteúdo útil. Pois bem, discordo. Ela é 100% útil, só depende do que se procura.

A internet, assim como todos os demais aspectos da nossa vida, pode ser analisada pela ótica da "Demanda e Oferta". Se existem tantos sites pornô é porque existe um público enorme que os procura. Sejam pagos ou gratuitos, não estão lá à toa.

O ser humano é uma criatura altamente sexual. Nosso humor, objetivos pessoais, sonhos, desejos, sensações, motivações... tudo recebe grande influência direta do sexo. Nascemos sendo resultado do sexo praticado por nossos pais, crescemos sendo orientados à buscar pelo sexo oposto e, através do sexo, constituir nossas próprias famílias, perpetuando assim o ciclo sexual.

Por algum motivo que desconheço, em determinado momento de nossa história decidiram que o ato sexual deveria ser proibido, restringido e escondido. A sociedade continuou evoluindo e crescendo através do sexo, mas agora usando uma máscara que, ao invés de inibir, potencializou nossa sexualidade, adicionando à ela tom de mistério.

Acredito que isso tenha sido bom, pois deu ao sexo uma importância muito maior do que um simples ato de reprodução. Nossa capacidade de sentir prazer durante o ato o elevou ao status de divindade, ou ao menos nos faz sentir essa divindade praticando-o.

Pode ser que apenas 1% da humanidade queira utilidade, outros 2% inutilidades e que 7% dela seja ingênua para ser vítima de fraudes. Mas, independentemente de qual cultura fazemos parte, o sexo ainda será nosso principal interesse. Pois é simplesmente natural e prazeroso.

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LUA CHEIA E MENTE VAZIA

Hoje estava esperando o ônibus quando olhei para o céu e vi a lua maravilhosamente cheia. As nuvens à sua volta deixavam a cena ainda mais hipnotizante, tal qual em filmes de suspense.

Mas era noite, a cidade não nos permite contemplar a beleza das coisas sem que nos coloquemos em risco, então rapidamente voltei minha atenção para o que acontecia ao redor receoso de que pudesse ser abordado por alguém mal intencionado.

Foi então que mais uma vez fui hipnotizado: do outro lado da rua estava passando um cachorro que tinha uma das patas traseiras amputada. Ele estava totalmente acostumado com a situação, sua agilidade e destreza eram tais que um olhar menos atento não revelaria sua deficiência.

Percebendo meu próprio pensamento, intriguei-me sobre como um animal dito "irracional" se porta diante de uma amputação. Duvido muito que ele tenha perdido algum segundo de sua vida canina lamentando sua nova deformidade ou que tenha imaginado desistir de seguir com sua rotina de cão-de-rua.

Dentre todos os seres vivos, apenas 1 deles não é forte o suficiente para simplesmente superar uma situação dessas sem deixar-se abalar. Não perderei meu tempo criticando e questionando a prepotência humana, pois muitos já o fazem, apenas quero evidenciar minha conclusão.

Hoje estava esperando o ônibus quando olhei para o céu e vi a lua maravilhosamente cheia. Sob sua graciosa luz aprendi uma lição que espero nunca esquecer.

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FEITO DE AÇO

Certa vez me disseram que deveria escrever meus pensamentos em algum lugar para que outras pessoas pudessem ter acesso a eles. Então respondi que meu jeito de ser não precisava disso, não havia necessidade. Pois bem, talvez não seja uma simples questão de olhar para o "eu", né?

De hoje em diante, sempre que lembrar e sentir que tenho algo de útil para dizer, voltarei aqui para deixar registradas minhas idéias e opiniões. Certamente poucos ou nenhum serão os leitores, já que por hora não será feita divulgação alguma, mas vou me permitir testar a teoria e ver se ela trará algum benefício.

Durante esse exercício tentarei escrever sem pensar muito, apenas fazendo o que sinto que deva ser feito. Assim foi com o título do Blog e assim será com os posts. Claro que pretendo abordar temas que exigem reflexão, mas não apenas com a frieza da lógica matemática.

Também sei que a grande maioria das pessoas tem preguiça de ler textos muito longos, por isso evitarei-os. Tornando a experiência da escrita ainda mais desafiadora: passar minha mensagem sem desperdícios.

Enfim... é isso!
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